domingo, 27 de dezembro de 2009

Uma nova juventude para um novo ano

JPMDB elege novos representantes

Uma grande festa da juventude. Assim podemos descrever a Convenção Estadual realizada no Ginásio Miécimo de Sousa (Campo Grande, RJ), onde cerca de 4 mil jovens do Partido Democrático Brasileiro (PMDB) reuniram-se para a eleição de seus novos representantes.
Durante o evento, iniciado com diversas apresentações culturais e musicais, e seguido por profundo debate político sobre os anseios da juventude, Marco Antônio Cabral, filho do Governador Sergio Cabral, foi eleito novo presidente da juventude peemedebista.
O presidente eleito disse estar muito contente com a Convenção, que representou um momento histórico para a juventude do partido, e contou que em 2010 a JPMDB realizará seu primeiro fórum na tentativa de voltar com os cursos de formação política.
Estiveram presentes na Convenção o governador Sergio Cabral, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e líderes dos diretórios municipais de várias cidades do Estado, como Nova Iguaçu, Paulo de Frontin, Valença, Vassouras, Niterói, Queimados, Mesquista, Varre-Sai, Mangaratiba, entre outros, que puderam falar da situação do partido em suas cidades.
Presidente da JPMDB em Miguel Pereira, e agora membro da executiva Estadual da JPMB, Marcos Magalhães destacou a presença da juventude do município no evento:
Participar de um evento como este é muito importante, uma vez que conquistamos espaço político junto à juventude do Estado, e uma vez que tal espaço permitirá lutarmos por muitas conquistas para o nosso município.

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Rio de Janeiro está em festa! Flamengo, hexacampeão brasileiro!

Cair e levantar, lutar até o último minuto. Histórias que o esporte escreveu em 2009.
O Campeonato Brasileiro foi um espetáculo que reacendeu velhas paixões. O coração do torcedor do Fluminense foi reconquistado depois que o impossível aconteceu: o tricolor escapou do rebaixamento.
Reviravoltas em um campeonato que resgatou a emoção do futebol. Disputa até a última rodada em um duelo de gigantes. Decepções e triunfos.
Após 17 anos, enfim o Flamengo pode soltar o grito de campeão, que estava entalado na garganta de todo rubro-negro. Neste domingo, diante de mais de 80 mil pessoas no Maracanã, no campeonato brasileiro mais disputado da história do pontos corridos, o Flamengo pôde comemorar mais um titulo de campeão brasileiro.
A torcida do Flamengo foi o 12° jogador: lutou junto com o time até o último minuto. Ficou a lição: acreditar sempre.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ASSOCIAÇÃO CULTURAL QUE ISSO AÍ PROMOVE TEATRO

Em parceria com a Secretaria de Cultura de Paty do Alferes, a Associação Cultural Que Isso aí trará, pela primeira vez para nossa região, Comédias Urbanas, peça teatral de grande sucesso de público no Rio de Janeiro. Tal iniciativa, que visa a promoçao do teatro, vem de encontro a proposta da entidade, de incetivo à cultura.

domingo, 15 de novembro de 2009

Blogs, twitter, Orkut e outros buracos

Existe um “sub-eu” vagando na internet
Arnaldo Jabor
Não estou no "twitter", não sei o que é o "twitter", jamais entrarei nesse terreno baldio e, incrivelmente, tenho 26 mil "seguidores" no "twitter". Quem me pôs lá? Quem foi o canalha que usou meu nome? Jamais saberei. Vivemos no poço escuro da web. Ou buscamos a exposição total para ser "celebridade" ou usamos esse anonimato irresponsável com o nome dos outros. Tem gente que fala para mim: "Faz um blog, faz um blog!" Logo eu, que já sou um blog vivo, tagarelando na TV, rádio e jornais... Jamais farei um blog, esse nome que parece um coaxar de sapo boi. Quero o passado. Quero o lápis na orelha do quitandeiro, quero o gato do armazém dormindo sobre o saco de batatas, quero o telefone preto, de disco, que não dá linha, em vez dos gemidinhos dos celulares incessantes.
Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões "on line" e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação "em rede" para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas "on line".
Quero sossego, mas querem me expandir, esticar meus braços em tentáculos digitais, meus olhos no "Google" ("goggles" - olhos arregalados) em órbitas giratórias, querem que eu seja ubíquo, quando desejo caminhar na condição de pobre bicho bípede; não quero tudo saber, ao contrário, quero esquecer; sinto que estão criando desejos que não tenho, fomes que perdi. Estamos virando aparelhos; os homens andam como robôs, falam como microfones, ouvem como celulares, não sabemos se estamos com tesão ou se criam o tesão em nós. O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados. A tecnociência nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas vivas, chips, pílulas para tudo, enquanto a barbárie mais vagabunda corre solta no país, balas perdidas, jaquetas e tênis roubados, com a falsa esquerda sendo pautada pela mais sinistra direita que já tivemos, com o Jucá e o Calheiros botando o Chávez no Mercosul para "talibanizar" de vez a América Latina. Temos de ‘funcionar’ - não de viver. Somos carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa. Assistimos a chacinas diárias do tráfico entre chips e "websites".
O leitor perguntará: "Por que esse ódio todo, bom Jabor?" Claro que acho a revolução digital a coisa mais importante dos séculos. Mas estou com raiva por causa dos textos apócrifos que continuam enfiando na internet com meu nome.
Já reclamei aqui desses textos, mas tenho de me repetir. Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de emails me elogiando pelo que eu "não" fiz. Vou indo pela rua e três senhoras me abordam: "Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: ‘As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...’ "Não fui eu...", respondo. Elas não ouvem e continuam: "Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Mandei isso para mil amigas! Adoraram aquela parte: ‘Tenho horror à mulher perfeitinha. Acho ótimo celulite...’" Repito que não é meu, mas elas (em geral barangas) replicam: "Ah... É teu melhor texto..." - e vão embora, rebolando, felizes.
Sei que a internet democratiza, dando acesso a todos para se expressar. Mas a democracia também libera a idiotia. Deviam inventar um "antispam" para bobagens.
Vejam mais o que "eu" escrevi: "As mulheres de hoje lutam para ser magrinhas. Elas têm horror de qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba!..." Luto dia e noite contra cacófatos e jamais escreveria "cós acaba!" Mas, para todos os efeitos, fui eu. Na internet, eu sou amado como uma besta quadrada, um forte asno... (dirão meus inimigos: "Finalmente, ele se encontrou...")
Vejam as banalidades que me atribuem:
"Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!"
Ou: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!"
Ainda sobre a mulher: "São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades".
Há um texto bem gay sobre os gaúchos, há mais de um ano. Fui "eu", a mula virtual, quem escreveu tudo isso. E não adianta desmentir.
Esta semana, descobri mais. Há um texto rolando (e sendo elogiado) sobre "ninguém ama uma pessoa pelas qualidades que ela tem" ou outro em que louvo a estupidez, chamado "Seja Idiota!"...
Mas o pior são artigos escritos por inimigos covardes para me sujar.
Há um texto de extrema direita, boçal, xingando os brasileiros, onde há coisas como: "Brasileiro é babaca. Elege para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari. Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de R$ 90 mensais para não fazer nada não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. Noventa por cento de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como ‘aviãozinho’ do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora... O brasileiro merece! É igual a mulher de malandro - gosta de apanhar..."
E o pior é que muita gente me cumprimenta pela "coragem" de ter escrito essa sordidez.Ou seja: admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi.
Na internet, eu sou machista, gay, idiota, corno e fascista.
É bonito isso?

domingo, 25 de outubro de 2009

Bloco Que Isso Aí? celebra seu sexto aniversário

Em animada cerimônia realizada no dia 25 de outubro, no restaurante Taberna do Barão, a Associação Recreativa e Cultural “Que Isso Aí?” celebrou 6 anos de história, em almoço festivo de homenagem ao seus foliões. Entre os homenageados estavam presentes o prefeito Roberto de Almeida, o secretário municipal Mauro Peixoto, e o deputado estadual Fernando Gusmão, tendo sido destacado por ambos o importante papel desempenhado pela entidade no incentivo à cultura regional.




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Antes e depois da Oktober...

Acabo de chegar da Oktoberfest! Confesso que tive vontade de ficar. Estou realmente maravilhado com tudo que pude viver e aprender. ENfim puder compreender o que os Paralamas tentaram transmitir em uma de suas brilhantes músicas. Salve este Brasil miscigenado, que em suas inúmeras distâncias e diferenças, nos torna cada vez mair ricos culturalmente, aproximando-nos e inundo-nos ainda mais."














Pára e repara,
Olha como ela samba,
Olha como ela brilha,
Olha que maravilha,
Esa crioula tem o olho azul,
Essa lourinha tem cabelo bombril,
Aquela índia tem sotaque do Sul,
Essa mulata é da cor do Brasil,
A cozinheira tá falando alemão,
Aprincesinha tá falando no pé,
A italiana cozinhando o feijão,
A americana se encantou com Pelé..."










terça-feira, 6 de outubro de 2009

Rio 2016: A política no centro da vitória brasileira


Engana-se quem pensa que a escolha do Rio de Janeiro para sediar as olimpíadas de 2016 tenha obedecido a critérios meramente “técnicos”; seja na área dos transportes, infra-estrutura, logística, setor hoteleiro etc. Pude constatar que a escolha de um país para sediar os Jogos Olímpicos é uma decisão principalmente política. Trata-se da definição de um grande evento econômico e esportivo internacional, permeada por relações políticas e diplomáticas, que expressam um pedaço do cenário geopolítico mundial. A vitória do Brasil, além do esforço de autoridades desportivas e personalidades do esporte nacional, foi fruto do prestígio internacional do Presidente Lula e do sucesso de seu governo. A delegação brasileira que vivenciou a emoção da escolha do Rio em Copenhague era, de longe, a mais vibrante e articulada. O excelente trabalho de preparação, liderado pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva, foi coroado pelo brilhante desempenho da comitiva brasileira, tendo à frente o Presidente Lula. Este desempenho foi decisivo para o convencimento dos “eleitores” indecisos nos momentos finais da escolha. A presença do Presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, reforçou a impressão já consolidada de que o Brasil foi um dos países mais bem sucedidos no enfrentamento à crise econômica. A expectativa de o país se tornar a quinta economia do mundo na próxima década serviu para soldar a confiança nas instituições do país. O tema da segurança foi rapidamente superado, a partir da exposição consistente de uma estratégia, já testada, de segurança em grandes eventos e, também, em função do compromisso do governo federal com a consolidação das diretrizes do Pronasci. A firmeza do governador Sergio Cabral quanto ao aprofundamento das experiências de policiamento comunitário no Rio deslocou, rapidamente, o tema da segurança para um patamar secundário. O equilíbrio institucional entre as três esferas de governo e a unidade político-administrativa dos entes federados foi um trunfo inestimável. Mais uma vez, atestamos o quanto fez bem ao Rio de Janeiro a superação da antiga visão paroquial, que afastou o Rio dos grandes temas nacionais por tantos anos. O Rio de Janeiro, mais do que nunca, demonstrou a força de seu reposicionamento na Federação e novas perspectivas se abrem agora para a retomada do Rio como ator decisivo para a consolidação da República e da democracia em nosso país. Foram decisivas a altivez da política externa do Brasil, a solidez de nossa economia, o papel de liderança regional e a consistência de nossas instituições democráticas. A política presidiu a vitória brasileira. E não se trata aqui de pretender angariar algum dividendo eleitoral com esta afirmação. Certamente, não será este fato o que decidirá as eleições presidenciais de 2010. Até por que todas as correntes políticas e ideológicas apoiaram a candidatura do Rio. O que, no entanto, não pode deixar de ser dito neste momento, é que o país venceu por que sua estatura internacional foi profundamente alterada nos últimos anos. A imagem do Brasil no exterior não é mais a de uma promessa bloqueada pela mediocridade de seus governantes. O país é hoje protagonista dos grandes temas mundiais. Já houve quem dissesse que, dentre os Brics, o Brasil é o país com maior potencial, pois é o único a reunir crescimento econômico, imensas reservas energéticas e minerais e democracia consolidada. Que as Olimpíadas de 2016 simbolizem o ponto culminante desta grande virada do país rumo a uma sociedade justa, equilibrada e plenamente desenvolvida.


O Ministro da Justiça, Tarso Genro, integrou a comitiva brasileira que acompanhou a vitória do Rio em Copenhague.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Rio é escolhido país sede das Olimpíadas de 2016...nas escolas

Antecipando-se a escolha da cidade sede das Olimpíadas de 2016, o professor Marcos Magalhães realizou nas escolas que dá aula projeto relacionado ao mesmo tema.

Através de maquetes, e pesquisa aprofundada de caráter multidisciplinar, os alunos fizeram uma simulação da eleição do COI, tendo a missão de defender cada uma das cidades participantes que pleiteiam ao título de cidade olímpica.

O projeto, que parou as escolas, foi um sucesso e serviu de atividade de elevado nível pedagógico para os mesmos, que ainda no mês de setembro, puderam vivenciar os mais diversos jogos populares (pipa, bolinha de gude, peteca), em antecipação ao mês de outubro, mês das crianças.

sábado, 15 de agosto de 2009

Em política, ódio prejudica quem odeia

Trechos da coluna de Mariano Grondona, no La Nacion (28).

Emanuel Kant observou que algumas paixões são tão destrutivas que "sempre" são prejudiciais e não suportam, portanto, nenhum "meio termo". Este é o caso do ódio porque, seja grande ou pequeno, sempre prejudica tanto ao odiado como ao odiador. Desde a intolerância até a vingança e o ressentimento, o ódio é executado através de diversos canais. De acordo com Kant, o ódio é condenável de qualquer ponto de vista.
Uma inquietante pergunta: não temos sido, ao longo da nossa história, uma nação de “odiadores” no meio da qual o “sectarismo", ou seja, a adesão a uma parte, como se ela fosse o todo, nos impediu cada vez mais de provar os frutos da unidade, cuja chave é que cada setor reconheça a si mesmo, igual a seu "inimigo" transformado em "adversário", como a "parte” de um "todo" universal e não como uma parte que pretende ser um "tudo separado?.

Fonte:Blog do Cesar Maia

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Na Educação Fìsica, em vez de formar atletas, analisar a Cultura Corporal


PARA ESPECIALISTA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, A FUNÇÃO DA DISCIPLINA É INVESTIGAR COMO OS GRUPOS SOCIAIS SE EXPRESSAM PELOS MOVIMENTOS

Rodrigo Ratier mailto:rodrigo.ratier@abril.com.br

De todas as disciplinas do Ensino Fundamental, provavelmente a Educação Física foi a que sofreu transformações mais profundas nos últimos tempos. Mudanças pedagógicas e na legislação fizeram com que até mesmo sua missão fosse questionada. Se até a década de 1980 o compromisso da área incluía a revelação de craques e a melhoria da performance física e motora dos alunos (fazê-los correr mais rápido, realizar mais abdominais, desenvolver chutes e cortadas potentes), hoje a ênfase recai na reflexão sobre as produções humanas que envolvem o movimento. Se antes o currículo privilegiava os esportes, hoje o leque se abre para uma infinidade de manifestações, da dança à luta, das brincadeiras tradicionais aos esportes radicais. Ecos da perspectiva cultural, que domina pesquisas e ganha cada vez mais espaço nas escolas.
Considerado um dos principais investigadores dessa tendência, o professor Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP), defende que a principal função da Educação Física escolar é analisar a diversidade das práticas corporais da sociedade - mesmo as consideradas mais polêmicas, como danças do tipo funk e axé. Amparado por 17 anos de docência na Educação Básica e pela participação na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e das Orientações Curriculares do município de São Paulo, Neira discute essa questão provocadora e avalia os principais desafios da disciplina.

Por que a Educação Física mudou tanto nos últimos anos?

MARCOS GARCIA NEIRA Foi uma mudança que acompanhou uma série de outras transformações. Na sociedade, grupos que não tinham sua voz ouvida ganharam espaço, o que impactou o currículo. A escola, antes voltada apenas para o conhecimento acadêmico ou a inserção no mercado, passou a visar a participação do aluno em todos os setores da vida social, o que mexeu com os objetivos da área. E a própria legislação, que desde a década de 1970 apontava um compromisso com a melhoria da performance física e a descoberta de talentos esportivos, foi substituída em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que propõe que a Educação Física seja parte integrante da proposta pedagógica da escola.

Na prática, quais foram as principais transformações?

NEIRA Eu acredito que a Educação Física passou a ser reconhecida como um componente importante para a formação dos alunos. Antes, eram comuns as aulas fora do período regular, as dispensas por motivos médicos ou a substituição por atividades pouco relacionadas com a área, como conselhos de classe, por exemplo. Tudo isso colaborou para construir, na cabeça de alunos e professores, a representação de uma disciplina alheia ao projeto escolar, que servia apenas como recreação ou passatempo e não tinha nenhum objetivo pedagógico. Hoje, essa concepção não é mais dominante.

Qual é o objetivo da Educação Física escolar hoje?

NEIRA É o mesmo objetivo da escola: colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la. Dentro dessa missão, cada disciplina estuda e aprofunda uma pequena parcela da cultura. O que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal. Nosso papel é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças, entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las, refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las no espaço escolar.

Como deve ser uma aula ideal?

NEIRA Certamente não deve ser a do tipo "desce para a quadra, corre, corre, corre, sua, sua, sua e volta para a sala". A Educação Física proposta na escola não pode ser a mesma proposta em outros espaços. Se é apenas para o aluno se divertir, existem lugares para isso - ginásios públicos e centros comunitários, por exemplo. Se é somente para aprender modalidades esportivas, melhor procurar um clube ou uma academia.

A escola não serve para formar atletas, mas para refletir e entender as manifestações culturais que envolvem o movimento. Um exemplo concreto: como abordar o futebol nessa perspectiva?

NEIRA O trabalho pode começar com a turma experimentando jogar futebol, mas não pode parar por aí. A vivência de qualquer modalidade na escola exige reflexão e adaptação. Propondo uma pesquisa, é possível levar os alunos a conhecer outros tipos de futebol - de campo, de quadra, de areia, feminino -, conhecer quem pratica o esporte hoje, como se jogou no passado e como se pode jogar na escola. É importante que eles saibam, por exemplo, que o esporte já foi praticado sem juiz, que os atletas não tinham números na camisa e que o pênalti era cobrado de outra maneira. Com base nessas informações, voltam à prática já atentos a novas questões: é preciso arbitrar os jogos? Como fazer meninos e meninas participar simultaneamente? E as crianças com deficiência?

Apesar de a disciplina ter se tornado mais reflexiva, as atividades práticas continuam sendo importantes?

NEIRA É claro. A vivência segue sendo fundamental porque é somente por meio dela que a turma sente a necessidade de fazer adaptações, algo presente em todas as modalidades. Afinal, elas se transformam conforme "conversam" com a sociedade. O voleibol, por exemplo, mudou seu sistema de pontuação principalmente para se adaptar às transmissões de TV. Essa lógica vale para todas as manifestações corporais, mesmo as mais lúdicas. Quando alguém brinca de pega-pega na rua, brinca de certo jeito. Quando vai brincar com 35 crianças na escola, precisa adaptar a atividade para que ela funcione.

Campeonatos e festivais esportivos continuam tendo espaço?

NEIRA Particularmente, acho que montar uma seleção com seis a 12 alunos e deixar 300 sem aula para disputar uma competição é fabricar adversários. Não podemos partir do pressuposto de que um pequeno grupo vai ser privilegiado e participar da atividade enquanto a maioria vai apenas torcer, ou nem isso. Agora, se os educadores consideram a competição algo importante, é possível, sim, organizar eventos, mas de uma perspectiva diferente. Sugiro, por exemplo, combinar de levar uma turma de 5ª série para jogar com a de uma escola próxima, negociar regras, fazer todo mundo participar da experiência e realizar uma avaliação conjunta depois, discutindo o que os jovens acharam da atividade e como melhorá-la numa próxima vez.

Como lidar com crianças que demonstram especial habilidade em alguma modalidade esportiva?

NEIRA Devemos estimulá-las a prosseguir. Entretanto, o lugar para continuar com o trabalho não pode ser a escola, mas instituições especializadas para a prática esportiva. A escola tem como função ajudar a compreender o mundo e sua cultura. Não há como desenvolver um projeto esportivo se o que se pretende é contemplar todos os alunos.

Alguns países, como Estados Unidos e Inglaterra, usam as escolas como base para revelar atletas. Isso pode ser uma alternativa para o Brasil?

NEIRA O incentivo ao esporte visando a participação em eventos internacionais já foi a política oficial da Educacão Física em nosso país na década de 1970. Não deu certo. Ainda que algumas nações vejam na disciplina uma forma de aprimorar o desenvolvimento motor e físico, esse enfoque competitivo e as atividades de treinamento costumam ocorrer em momentos extra-aula.

Como saber quais esportes, jogos, lutas, danças e brincadeiras devem fazer parte do currículo?

NEIRA O ponto de partida é sempre o diagnóstico inicial. O interessante é que esse mapeamento do patrimônio cultural corporal da turma - as práticas ligadas ao movimento que os alunos conhecem ou realizam - revela uma realidade mais diversificada do que imaginamos. A garotada brinca de esconde-esconde, conhece skate pela TV, tem algum parente que pratica ioga e conhece malha ou bocha porque os idosos jogam na praça. É possível ainda fazer outros mapeamentos. O professor pode passear pelo bairro observando manifestações corporais e equipamentos esportivos.

Mas é preciso escolher algumas práticas no meio de tanta diversidade. Como fazer isso?

NEIRA Antes de mais nada, é fundamental ter em mente as finalidades do projeto pedagógico da escola - devemos lembrar que a Educação Física não pode ser uma prática alienada. Além disso, a perspectiva cultural da disciplina considera quatro princípios importantes na definição do currículo. O primeiro é que a matriz de conteúdos deve dialogar com todos os grupos que compõem a sociedade - e trabalhar só com esportes modernos contradiz esse princípio. O segundo é a noção de que o aluno precisa enxergar na sociedade as manifestações que está estudando. O terceiro é entender e respeitar as possibilidades de cada estudante, evitando, por exemplo, as avaliações por performance. E o quarto é o professor repensar constantemente a própria identidade cultural para aperfeiçoar o currículo.

Qual deve ser a postura da escola quando a cultura corporal dos alunos inclui danças como o funk e o axé?

NEIRA Não devemos fechar os olhos para essas manifestações, pois podem ser danças que os estudantes cultuam fora da escola. Isso não significa que devemos ficar apenas com aquilo que eles conhecem. Se o professor focar só os aspectos superficiais do funk e do axé, ensaiando coreografias, por exemplo, não estará cumprindo seu papel. Por outro lado, um trabalho crítico ajuda as crianças a analisar e interpretar o que são essas danças, contribuindo para que elas conheçam a própria identidade cultural e entendam quem são. A chamada cultura de chegada dos estudantes é um bom ponto de partida para um trabalho em direção a uma cultura mais ampla.

A escola deve sempre fazer essa ponte entre o repertório conhecido e o desconhecido. Como isso funciona na prática?

NEIRA É preciso transformar o conhecimento dos alunos em objeto de análise e investigação pedagógica. Considero válido, por exemplo, um projeto que aborde o funk e o axé no contexto de outras danças contemporâneas, estudando as letras, entendendo o que está embutido nelas, as práticas interessantes ou desinteressantes que acompanham essas manifestações. Em seguida, é possível convidar dançarinos ou trazer vídeos para apresentar outras danças, ampliando o repertório da turma. É um trabalho multicultural porque considera diversos tipos de prática corporal, mas é um multiculturalismo crítico porque questiona e analisa cada uma delas.

Como desenvolver o senso crítico?

NEIRA Comparando, indagando e aprofundando conteúdos para que a turma reflita. Depois de pular amarelinha, pense por que existem as "casas" do céu e do inferno. Durante o estudo dos exercícios físicos, reflita por que a academia se transformou numa espécie de espaço sagrado da saúde se as qualidades físicas alcançadas por lá também são obtidas, de graça, no parque. Uma Educação Física que trabalha apenas com o movimento não constrói esse senso crítico.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ronalducho e Pelé? Dinheiro ou felicidade?

O melhor texto que li para a gente refletir sobre a vida neste dia de Natal foi publicado em O Globo na edição do último dia 19, sexta-feira. Guardei-a para partilhar com vocês hoje o artigo “Ronaldo está doente”, do escritor Roberto Lima Netto, ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional.
O leitor pode, com toda razão, me indagar o que têm a ver com o Natal o antigo Ronaldo Fenômeno, hoje mais conhecido por Ronalducho, e o eterno Rei Pelé.
Mas, certamente, entenderá as lições que nos dão estes dois ídolos do futebol, um em episódio do início da sua longa trajetória e outro em precoce final de carreira, ao ler os trechos selecionados que publico abaixo.
No final deste post comento uma coincidência digna de Natal: por uma destas finas ironias da vida, na seção “Há 50 anos” da mesma edição de O Globo, o jornal publica a nota “Pelé dá lição de humildade a colegas”, escrita quando o futuro Rei ainda estava apenas começando.
Primeiro, Roberto Lima Netto:
“Uma epidemia assola a civilização ocidental e se espalha rapidamente pelo mundo.
Ronaldo, um menino bom de bola, descoberto no São Cristóvão, de saudosa memória, passou por grandes clubes no Brasil e no mundo. Teve a sorte de fazer carreira em um tempo em que os bons esportistas nunca foram tão bem remunerados pelo uso de sua imagem.
Provavelmente, Ronaldo ganhou, em um único ano, mais do que Pelé em toda sua carreira. Ronaldo é milionário, mas está doente, uma perigosa doença do mundo moderno.
E qual é essa doença?
O homem ocidental acha que a felicidade se compra com dinheiro. Se está infeliz, compra uma casa nova, um carro novo, dois, três. Essa doença se chama materialismo. Muitos ainda não perceberam que a satisfação da próxima compra é fugidia, dura pouco tempo.
Para comprar mais, alguns trabalham mais e mais, dezesseis horas por dia, inclusive sábados e domingos. Têm que subir na vida, têm que ganhar mais dinheiro para, depois de ricos, serem felizes. Será que serão?
Deixando em segundo plano a família, sem tempo para os filhos, que tentam comprar com grana, não entendem quando eles se perdem nos descaminhos da vida(…)
Voltemos ao nosso herói, Ronaldo, cujo problema não é excesso de trabalho, mas de dinheiro. Ele declarou que o Flamengo é seu time de coração. Com a fortuna que ganhou, poderia jogar mesmo sem salário. Seria um golpe magistral, e vou explicar a razão.
Ronaldo sofre a doença do materialismo. Deixou de lado a felicidade de jogar no time do coração para ganhar uns trocados a mais _ para ele, trocados mesmo (…).
Estamos usando um episódio da vida de um homem famoso, um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, em busca de uma lição. O homem atual se ilude quando pensa que mais dinheiro lhe trará mais felicidade. Felicidade não se compra com dinheiro. Às vezes, até atrapalha”.
Volto eu. Agora vamos voltar 50 anos no tempo e falar de um episódio do início da carreira daquele que se tornaria o maior jogador de futebol e o brasileiro mais famoso de todos os tempos. Saiu em O Globo de 19 de dezembro de 1958, seis meses depois do futuro Rei se sagrar campeão do mundo, aos 17 anos, na Suécia:
“O craque Pelé, da nova geração do futebol brasileiro, acaba de dar um grande exemplo aos seus colegas velhos e novos. O artilheiro recordista do Brasil _ fez 58 goals este ano _, encontrando-se com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Mendonça Falcão, afirmou que estava pronto para disputar uma vaga na seleção para o Sul-Americano. Declarou, ainda, que deseja fazer goals em Buenos Aires.
Mas pedia apenas uma coisa aos dirigentes do futebol bandeirante: “Espero poder passar o Natal e o Ano Novo com a minha mãe, em Bauru. Depois estarei o ano todo à disposição do Santos, da FPF e da CBD”. Para um jovem de 18 anos, nada é preciso acrescentar.”
Nem eu acrescentaria mais nada, se, ainda na mesma edição do mesmo jornal, não tivesse lido uma notinha publicada na coluna do competente Renato Maurício Prado sobre a demissão do ex-craque Adílio, que dirigia os juniores do clube há quatro anos, com ótimos resultados:
“Bebeto, companheiro do técnico em seus tempos de jogador, se diz inconformado e preocupado com a atual situação das divisões de base rubro-negras. Cogita até transferir seu filho Matheus, de 15 anos (uma das maiores promessas do clube), para o São Paulo”.
Bebeto pai, hoje apenas torcedor do Flamengo, certamente está mais preocupado com a felicidade do que com o dinheiro que Matheus filho pode ganhar na vida. Para isso, nem precisa ser um novo Pelé. Basta não virar um novo Ronaldo, o triste menino rico do nosso futebol.

Fonte: Balaio do Kotscho

sábado, 2 de maio de 2009

"QUE ISSO AÍ?' NA ALERJ

MARCOS MAGALHÃES É RECEBIDO PELO DEPUTADO FERNANDO GUSMÃO
Na última quarta-feira, durante visita à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), o professor e também presidente da Associação Recreativa e Cultural Bloco Carnavalesco Que Isso Aí?, Marcos Magalhães, foi recebido em audiência pelo deputado Fernando Gusmão (PC do B).
Na ocasião, o deputado apresentou alguns de seus projetos, entre eles o PROUNI Estadual e a criação das áreas de proteção do ambiente cultural (APAC), explicando ao professor de que formas estes projetos podem ser aplicados em Miguel Pereira.
Fernando Gusmão, que já foi líder estudantil e presidente da UNE, afirmou ser Marcos Magalhães um das grandes lideranças jovens da Região Centro-Sul do Estado na atualidade, destacando ainda a importância da participação da juventude na política.
Durante a audiência, Marquinho Magalhães aproveitou a oportunidade para solicitar do deputado apoio para realização de projetos esportivos e culturais do Bloco “Que Isso Aí?” em nosso município.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Prof. Marcos leva alundos de Japeri para os JEEPS



Em iniciativa inédita nas escolas do município de Japeri, a Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Cyrene de Moraes, participou dos Jogos Estaduais das Escolas Públicas.
Tal iniciativa surgiu através do professor Marcos Magalhães, que teve total apoio da direção na realização de tal evento, que deixou os alunos orgulhosos, pelo fato de terem representado seu munícipio em um torneio onde se faziam presentes equipes de todo o Rio de Janeiro.


quinta-feira, 19 de março de 2009

Fundo do Baú: Coluna "Trocando uma idéia"


Atendendo a pedidos, a cada atualização do blog, estarei reeditando no espaço "do Fundo do baú" algumas das matérias escritas por mim, enquanto colunista do Jornal Panorama Regional, nos anos de 2004 e 2005.Começo reeditanto matéria do da 17/01/05. Era uma poesia que havia feito em homenagem póstuma ao celular que tinha acabado de perder. Três anos depois, eis que a mesma matéria se mantém atual, uma vez que se fez recente a em minha vida a perda de novo celular, mais especificamente, durante o Cabofolia.


O PREÇO DE UMA AMIZADE

Estou entorpecido de alegria,
comprei um celular de alta tecnologia;
cheio de sacanagens,
daqueles que enviam mensagens;
um celular da pesada,
daqueles que identificam chamadas;
um celular na moral,
com câmera digital;
celular com diversas utilidades,
e inúmeras banalidades;
existe um detalhe porém,
não recebi telefonema de ninguém;
mensagem não pude enviar,
não tive para quem mandar;
ainda não gastei meu cartão,
não tive para quem fazer ligação;
não tirei foto, mas que ironia,
pois não tive companhia.
Oh, celular imbecil!
Gastei uma grana e você me traiu;
se soubesse que não falaria comigo,
teria comprado um amigo.

(poema criado em plena Terça-feira de Carnaval, durante um momento de "embriaguez" inspiratória, de um colunista frustrado pela perda de seu celular)

e-mail para esta coluna: marquinhoj@ig.com.br

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A representatividade democrática


Sempre em eterna discussão intelectual no país, nosso sistema político se encaixa em uma das vertentes da democracia clássica, a ala representativa, que se opõe à participativa, e atua soberana no Estado nacional atualmente.
O crescimento populacional em paralelo com uma organização espacial menos redundante, fez com que a democracia direta (onde os cidadãos decidem diretamente cada assunto por votação) perdesse espaço no cenário sócio – político mundial em função da democracia representativa. As complexidades trazidas pelas transformações dos grandes centros urbanos, mostra a necessidade de uma certa especialização de tarefas, inclusive administrativas, ao passo que o Estado precisa de um mínimo de oficiais eleitos.
A frase "governo do povo, pelo povo e para o povo", pode cristalizar, de forma teórica, a essência do sistema representativo, que tem como alicerces teóricos alguns pontos como: direito a voto, igualdade perante à lei, plebiscito etc.
Nela, o governo é exercido em função do bem comum. Visa o aperfeiçoamento de todos, dando-lhes iguais oportunidades, favorecendo a aquisição dos meios básicos e necessários a esse aperfeiçoamento, defendendo os direitos do homem e facilitando-lhe o cumprimento dos seus deveres.
Na democracia, o povo participa do governo pelo voto, pelo plebiscito. As Leis, medidas, emendas e programas sócio – econômicos saem daqueles que foram escolhidos pela população para serem seus fieis representantes. Este regime de governo não é sistema fechado e rígido. Qualquer cidadão pode se tornar representante do povo e passar a legislar como representante da sociedade também. Ele se molda conforme as necessidades e a evolução do povo.
O governo democrático age "livremente" na pauta das leis e projetos em vigor, mas o povo a fiscaliza e julga através de eleições e plebiscitos. A democracia promove, nos indivíduos, o senso da própria dignidade e responsabilidade, já que depende dele a eleição ou não, de seus representantes legais no governo. Garante melhor os direitos da pessoa humana, pois os oficiais eleitos estão ali, única e exclusivamente, no intuito de dar em troca do voto, subsídios para que os indivíduos tenham qualidade vida, mobilidade social e todos os seus direitos garantidos por leis.
Outro ponto que sustenta as bases alicerçais democráticas é o princípio do "Pro Deo", onde o Estado deve favorecer a prática das Leis superiores que tem a sua última instância em Deus, e garantem que novas idéias não suprimam a liberdade social do povo.
A grande questão fica por conta de que todos esses pressupostos teóricos vão pelo ralo quando o país assume um sistema democrático, mas não possui bases estruturais para mantê-lo de forma correta e sustentável.
Em países subdesenvolvidos a democracia que se instala é apenas mais "braço" da dominação política neo – liberal, escondida atrás de programas assistencialistas, grandes empréstimos e garantia de dependência externa.
Quando a sociedade não toma consciência política do voto, ele deixa de ser uma forma de participação popular e passa a ser mais um mecanismo alienador. Com isso há um afastamento natural entre quem vota e quem é votado. O esvaziamento ideológico e a banalização do debate político fazem com que os cidadãos votem em função de medidas imediatistas, assim, logo depois de eleito, político e indivíduo se afastam, ao passo que um não fiscaliza o outro e o outro não repassa as necessárias benesses para que o povo possa viver de forma igualitária e plena.
A experiência mostra que a democracia quando bem conduzida, e ajudada por uma população politizada e coscientizada faz com que os países democráticos se desenvolvam mais a contento de todos, com mais rapidez e eficiência do que os totalitários. Quando praticada nos países de maior cultura política, é tão bem aceita, que até os regimes ou movimentos totalitários se declaram democráticos.
Antes da instalação de qualquer sistema político a sociedade precisa estar preparada, não só para manter o determinado sistema, mas também para operá-lo de forma sustentável e produtiva, só assim a democracia se torna um mecanismo político interessante. Se a organização social continuar da mesma maneira, os meios democráticos se limitam a ser mais um tentáculo da política capitalista para segregar, alienar o povo, e para que paire no ar uma pseudo – sensação de liberdade.