Coluna “Trocando uma idéia”
Por Marcos Magalhães
(Professor número 1 da rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, presidente da Associação Cultural Que Isso Aí, e estudante de Direito da UFRuralRJ)
A difícil arte de recomeçar
Ah, a difícil arte de recomeçar! Não imaginava que seria tão complicado. Quem já teve de recomeçar alguma coisa, com certeza deve saber do que estou falando. Afinal, quase todo mundo, em algum momento da vida, já teve o seu recomeço.
Há quem recomece dieta, quem recomece relacionamento, quem recomece os estudos, quem recomece projetos pessoais e, especificamente no meu caso, há quem recomece a escrever. Não sei bem explicar como aconteceu, mas de repente, me vi tomado pelo intenso desejo de recomeçar tal atividade. Entretanto, depois de tanto tempo, pude perceber os desafios presentes no complexo ato do recomeço.
Faz exatamente sete anos que iniciei minha vida pública, através de meus escritos. Lembro-me como se fosse ontem, de tais momentos. Era universitário, e motivado pelo fato de ter ajudado a eleger um presidente legitimamente vindo do povo, começava a mergulhar de cabeça na militância política. Havia acabado de me reunir com amigos, para que juntos fundássemos o Bloco Que Isso Aí. Sobrava-me tempo, criatividade e principalmente o ideal, de que através de minhas palavras, talvez pudesse contribuir para um mundo melhor.
De lá pra cá, algum tempo passou e muita coisa mudou. O presidente vai muito bem, transformou o Brasil em credor do FMI, e hoje conta com 76% de popularidade (nível recorde na História do país). O Bloco Que Isso Aí também está ótimo, e após surpreendente crescimento, está na iminência de tornar-se Ponto de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Quanto a mim, agora docente, leciono sessenta horas semanais, tendo de conciliar o tempo restante com a amidalite crônica que costuma me deixar de cama.
Pois é! Foi-se o tempo outrora sobressalente em minha vida, e junto com ele, parte da criatividade que um dia existiu. Tais fatos, combinados ao total desconhecimento das novas regras ortográficas existentes, aumentaram ainda mais o desafio de recomeçar a escrever. Sei lá, a verdade é que com base em tais obstáculos, tenho de confessar que chego a me sentir traído em meus objetivos, chegando a sentir uma imensa vontade de desistir de recomeçar. Mas se isso não ocorreu até o momento, é porque mesmo depois de tanto tempo, o ideal ainda continua presente.
Aliás, ideal é uma coisa meio engraçada, né? Não dá para explicar direito. Talvez seja uma destas coisas que não se apaguem com o tempo. O tipo de coisa que nós temos, ou não temos, que sentimos ou não! Seria ele o principal combustível do recomeço? Afinal, através dele, o EUA recomeçaram sua História e elegeram um presidente negro. Através dele, também vimos o renascimento do amor do povo fluminense por seu Estado, na escolha da sede olímpica, e no recente ato que mobilizou cento e cinqüenta mil pessoas, em defesa do Rio de Janeiro.
É, olhando por este lado, e embasado em tais pressupostos, talvez eu esteja certo! Talvez seja sim o ideal, o principal motivador na difícil arte de recomeçar. Talvez esteja nele o grande segredo, que transforma em realidade a possibilidade de recomeço, das dietas, dos relacionamentos, dos estudos, e porque também não dizer, das escritas.
e-mail p/ esta coluna: marquinhoj@ig.com.br
Por Marcos Magalhães
(Professor número 1 da rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, presidente da Associação Cultural Que Isso Aí, e estudante de Direito da UFRuralRJ)
A difícil arte de recomeçar
Ah, a difícil arte de recomeçar! Não imaginava que seria tão complicado. Quem já teve de recomeçar alguma coisa, com certeza deve saber do que estou falando. Afinal, quase todo mundo, em algum momento da vida, já teve o seu recomeço.
Há quem recomece dieta, quem recomece relacionamento, quem recomece os estudos, quem recomece projetos pessoais e, especificamente no meu caso, há quem recomece a escrever. Não sei bem explicar como aconteceu, mas de repente, me vi tomado pelo intenso desejo de recomeçar tal atividade. Entretanto, depois de tanto tempo, pude perceber os desafios presentes no complexo ato do recomeço.
Faz exatamente sete anos que iniciei minha vida pública, através de meus escritos. Lembro-me como se fosse ontem, de tais momentos. Era universitário, e motivado pelo fato de ter ajudado a eleger um presidente legitimamente vindo do povo, começava a mergulhar de cabeça na militância política. Havia acabado de me reunir com amigos, para que juntos fundássemos o Bloco Que Isso Aí. Sobrava-me tempo, criatividade e principalmente o ideal, de que através de minhas palavras, talvez pudesse contribuir para um mundo melhor.
De lá pra cá, algum tempo passou e muita coisa mudou. O presidente vai muito bem, transformou o Brasil em credor do FMI, e hoje conta com 76% de popularidade (nível recorde na História do país). O Bloco Que Isso Aí também está ótimo, e após surpreendente crescimento, está na iminência de tornar-se Ponto de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Quanto a mim, agora docente, leciono sessenta horas semanais, tendo de conciliar o tempo restante com a amidalite crônica que costuma me deixar de cama.
Pois é! Foi-se o tempo outrora sobressalente em minha vida, e junto com ele, parte da criatividade que um dia existiu. Tais fatos, combinados ao total desconhecimento das novas regras ortográficas existentes, aumentaram ainda mais o desafio de recomeçar a escrever. Sei lá, a verdade é que com base em tais obstáculos, tenho de confessar que chego a me sentir traído em meus objetivos, chegando a sentir uma imensa vontade de desistir de recomeçar. Mas se isso não ocorreu até o momento, é porque mesmo depois de tanto tempo, o ideal ainda continua presente.
Aliás, ideal é uma coisa meio engraçada, né? Não dá para explicar direito. Talvez seja uma destas coisas que não se apaguem com o tempo. O tipo de coisa que nós temos, ou não temos, que sentimos ou não! Seria ele o principal combustível do recomeço? Afinal, através dele, o EUA recomeçaram sua História e elegeram um presidente negro. Através dele, também vimos o renascimento do amor do povo fluminense por seu Estado, na escolha da sede olímpica, e no recente ato que mobilizou cento e cinqüenta mil pessoas, em defesa do Rio de Janeiro.
É, olhando por este lado, e embasado em tais pressupostos, talvez eu esteja certo! Talvez seja sim o ideal, o principal motivador na difícil arte de recomeçar. Talvez esteja nele o grande segredo, que transforma em realidade a possibilidade de recomeço, das dietas, dos relacionamentos, dos estudos, e porque também não dizer, das escritas.
e-mail p/ esta coluna: marquinhoj@ig.com.br
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